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REFLEXÃO; Senhor dos patins






Aprender a patinar aos 20, 30 ou 40 anos já não é fácil. Imagine então aos 70? Foi nessa idade que Koji Teramito decidiu deslizar sobre rodinhas. O mais impressionante é que foi para competir e não só para brincar aos finais de semana. Após um câncer e um sério problema cardíaco, Teramito descobriu nos patins a combinação perfeita: saúde e divertimento. Agora aos 74 anos, ele se dedica totalmente à patinação de velocidade. “Aqui eu esqueço de tudo.

É como se pudesse voar”, conta animado. No ano passado, Teramito alcançou o terceiro lugar no Campeonato Sul-americano de Patinação de Velocidade, realizado na Argentina, e primeiro na prova de curta distância, na mesma competição na categoria master. Não é desafio para qualquer um.

Teramito integra a equipe Gotcha Roller Team, que treina nas manhãs de sábado e domingo no parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo, mas confessa que patina quase todos os dias por puro prazer. Apesar de já ter caído algumas vezes, Teramito recomenda
a patinação para todas as idades. “Não machuca, porque sempre usamos os equipamentos de proteção. E patinar tem a vantagem de ser um esporte sem muito impacto, sem contar o quanto é divertido”, comenta. A animação do septuagenário contagiou o filho e o neto, que passaram a acompanhar Teramito nos treinos. “Eles não competem, mas vem aqui para brincar”, diz. Além dele, o time conta com mais três atletas da categoria master. O patinador mais velho tem 78 anos.

Luiz Giacomo, de 70 anos, outro integrante da equipe, foi campeão mundial da categoria no ano passado, na Itália, e mostra orgulhoso as fotos de diversos pódios que já subiu. “Minha filha me levou para patinar no gelo no shopping. Eu comecei segurando no corrimão. Mais tarde encontrei um pessoal andando de patins no parque Ibirapuera e não parei mais.” Giacomo também iniciou a carreira tarde, aos 42 anos, e hoje é um atleta de destaque
na modalidade.

Ainda sem muita destreza, Ana Amélia Vilella Zancaner, de 69 anos, entra na conversa e conta que pretende competir. Ela começou a patinar há pouco mais de 3 meses junto com o grupo e conta que está amando a experiência. “Quando eu vi o Koji patinando aqui no parque pensei: ‘Acho que com 69 anos ainda dá tempo de começar alguma coisa nessa vida.’ Meus filhos apoiam, mas na primeira vez, quando mostrei uma foto minha com todos os equipamentos, eles acharam que era montagem”, se diverte. 

 Por Talita Boros
talita.boros@folhauniversal.com.br


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