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Lugares da Bíblia - Planalto de Gizé, onde se situam as grandes pirâmides do Egito

É uma amostra do poderio de uma superpotência dos tempos bíblicos

Por Marcelo Cypriano
marcelo.cypriano@arcauniversal.com

O planalto de Gizé, nos arredores da capital egípcia, o Cairo, é uma amostra do poder do Egito Antigo, reino que escravizou os hebreus durante gerações. Na verdade, Gizé era um grande complexo religioso e funerário, pois hoje sabemos que as pirâmides presentes no lugar eram grandes túmulos em honra aosfaraós, os reis egípcios, tidos por seu povo como deuses.

Hoje, longe da idolatria egípcia das épocas deMoisés e José, as pirâmides são um importantíssimo patrimônio histórico mundial, protegido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). São as únicas entre as famosas Sete Maravilhas do Mundo Antigo que ainda existem, consideradas pelos historiadores como verdadeiros “livros de pedra” sobre a quarta dinastia do Egito.

Em Gizé estão os três maiores complexos das históricas construções triangulares, chamadas as Grandes Pirâmides, além da grande escultura da Esfinge. Mas não fica só nisso, pois também há ao redor vários cemitérios. Embora as três maiores pirâmides fiquem a cerca de 25 quilômetros do Cairo, onde ficava a antiga cidade de Mênfis, são tão grandes e imponentes que podem ser vistas de qualquer ponto da metrópole, como grandes montanhas no horizonte. A famosa necrópole também fica a cerca de 9 quilômetros da cidade velha de Gizé, às margens do rio Nilo.

Quéops

O complexo de Quéops reúne, além da maior de todas as pirâmides, um antigo Templo do Vale (enterrado sob a aldeia de Nazlet el-Samman), uma pavimentação de basalto e ruínas de edificações feitas de tijolos calcários. A pirâmide do faraó Quéops tem outras três menores associadas a ela, destinadas às rainhas do monarca. As construções tumulares eram cobertas com um revestimento branco de calcário, extraído da cordilheira de Muqatam, próxima dali.

A Grande Pirâmide tem uma área equivalente a sete quarteirões de uma cidade de hoje, como Nova York. Calcula-se que sua construção tenha sido realizada por mais de 30 mil trabalhadores em mais de 50 anos. Foram utilizados mais de 2,2 milhões de blocos de pedra, pesando cada um cerca de 2,5 toneladas. O formato triangular lembra a disposição dos raios do sol sobre a terra (principalmente quando projetados por buracos entre as nuvens, começando num facho estreito e atingindo o solo de modo bem mais abrangente, num ângulo crescente).

O pouco que se sabe de Quéops é que ele era um tirano que escravizava o próprio povo, que o venerava mesmo assim. O paradeiro do corpo mumificado do rei é desconhecido, pois as pirâmides foram saqueadas por caçadores de tesouros ao longo dos milênios. E as preciosidades nos túmulos não eram poucas, pois com os monarcas era enterrado tudo que lhes pertencesse (inclusive as pessoas que lhes serviam, forçosamente mortas só para isso), pois, como os egípcios acreditavam que parte do espírito dos reis ficava no corpo, preservavam-nos por mumificação. As riquezas, equipes e exércitos eram encerrados com ele para assegurar seu poderio na dimensão dos mortos.

A grande riqueza, na verdade, não estava somente nos metais e pedras preciosas, mas nas informações contidas nas construções e nos artefatos, testemunhos de uma época.

Quéfren

No complexo de Quéfren, sua pirâmide principal parece, de longe, ser maior que a de Quéops. Pura ilusão de ótica, pois a construção está apenas em um terreno mais elevado e seu ângulo de inclinação é mais íngreme. Ela é menor que a grande vizinha em altura e volume. Há resquícios de seurevestimento, em seu cume.

É a esse complexo que pertence a famosa Esfinge, que possuía uma capela entre suas patas dianteiras. Trata-se da representação da cabeça de Quéfren em um corpo de leão, evocando uma antiga lenda (de origem grega, na verdade, com corpo de leão, cabeça de mulher e asas de águia, um ser híbrido guardião de um grande enigma). Há outras esfinges no Egito com outros formatos, sempre com corpos de leão, mas também com as cabeças de uma ovelha (crioesfinge) ou de falcão (hiorocoesfinge), de acordo com os deuses que representavam (respectivamente, Amon e Hórus). As com a cabeça humana, como a de Quéfren, eram as androesfinges. Pesquisadores especulam que eram instaladas como guardiãs dos túmulos reais para espantar profanadores. Também, no complexo, está o templo mortuário com várias estátuas do Faraó, cujo reinado foi marcado por uma grande prosperidade. Era filho de Quéops.

Miquerinos

O terceiro em tamanho, o complexo de Miquerinos também tem sua pirâmide principal (foto abaixo) para o rei que lhe dá nome, com o seu Templo do Vale, uma ponte que liga as duas construções e também várias estátuas do monarca, além de três pirâmides secundárias para as rainhas.

Antigamente, havia fossos aos pés das pirâmides, com imponentes barcos desmontados (para os súditos, o rei morto navegaria céu afora com Rá, o deus do Sol, daí a designação “barcos solares”).

Miquerinos, segundo historiadores, era filho de Quéfren e um rei bem mais justo que seus antecessores.

Engenharia

Os quatro lados das pirâmides só não são idênticos em medida por causa de pouquíssimos centímetros, o que mostra o domínio pelos antigos egípcios da matemática e da engenharia, ciências intimamente ligadas, numa época em que muitos povos do mundo não passavam de andarilhos coletores e caçadores. Quéops foi a mais alta estrutura construída pelo homem em todo o planeta (146,6 metros com a peça que ficava em seu cume, roubada posteriormente, e hoje com 138 metros sem ela) por mais de 4,1 mil anos, até 1569, quando foi terminada a torre de um templo católico que desmoronou por imprecisão na estrutura. Depois disso, a altura do monumento egípcio só foi superada pela Torre Eiffel (325 metros), em Paris, inaugurada em 1889 (mais de 4,4 mil anos após Quéops).

Até hoje, não se sabe ao certo como foi feito o transporte das enormes pedras para a construção das pirâmides. Alguns estudiosos defendem que os blocos gigantescos foram fabricados no local, com massa calcária e outras matérias resistentes, um antecessor do atual concreto.

Por todo o Egito, já foram achadas cerca de 80 construções tumulares piramidais. Contudo, as outras não chegam nem perto das Grandes Pirâmides em tamanho, quantidade de artefatos e importância, fazendo da Necrópole de Gizé um dos maiores tesouros históricos da humanidade. Um pequeno retrato daquela que foi, milênios atrás, uma das maiores e mais prósperas potências políticas do mundo então conhecido. E ainda estão lá, acessíveis à visitação de turistas de todo o planeta, objeto de constantes estudos.

Para os cristãos, Gizé inteiro também é uma lição: a de como a devoção a falsos deuses e ídolos é equivocada e, com o tempo, se transforma em nada mais do que apenas ruínas. Por esse motivo, a região também deve ser preservada como testemunho de um erro fatal: um povo que venerava as criaturas, ao invés do Criador.

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