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MENSAGEM: Aconteceu lá na roça

A leitura fora do contexto, forma conceitos sem qualquer revelação do Espírito Santo



Um missionário itinerante saiu percorrendo o interior do Estado de Minas Gerais, alcançando as mais distantes fazendas, para levar a mensagem do Evangelho.
Era assim que, no princípio do século, muitos homens honrados serviam ao Senhor. Um deles foi o missionário inglês Fredrick Glass, avô da minha esposa, que durante trinta anos percorreu, no lombo de um burro, o interior do Nordeste do Brasil.
No seu livro "Aventuras com a Bíblia no Brasil", ele dedica um capítulo a contar como foi apedrejado e perseguido, simplesmente porque estava distribuindo e ensinando a Bíblia. Sabem quem era o perseguidor? Nada mais nada menos que o próprio padre Cícero, que não só mandou apedrejar como também queimar as Bíblias em praça pública.
Voltando à história, um dia o missionário avistou no alto de uma colina a fumaça que subia da chaminé de uma casa muito simples. Isso era lá no meio da  roça, a léguas de distância da cidade grande. Ali o pregador encontrou um jovem casal.
Ele foi muito bem acolhido na simplicidade daquela gente humilde. Como já caía a tarde, foi convidado a passar a noite na casa. Muito agradecido e honrado pela hospitalidade, depois da ceia o pastor tirou uma Bíblia do alforje e a apresentou ao casal. Na verdade só o marido dominava a arte da leitura.
- Este livro é a Palavra de Deus. Recomendo que vocês o leiam com muita atenção e obedeçam aos seus ensinamentos, para terem uma vida feliz- disse o missionário, segurando a Bíblia. 
De manhã cedinho, lá se foi o pastor estrada afora, seguindo seu ministério itinerante. Passaram os tempos e aquele episódio ficou perdido em uma das páginas do livro da vida.
Muitos anos mais tarde, o missionário veio a passar pelo mesmo lugarejo. Quando avistou a colina, deslumbrou a casa que logo trouxe à lembrança aquela noite passada no convívio com o casal.
Ao chegar à porteira, notou que o movimento tinha crescido. O sítio prosperara. Havia empregados e também crianças. Eram os filhos do casal, que brincavam contentes ao redor da casa.
Quando se aproximou, foi reconhecido de pronto. O casal também lembrava daquela visita de tantos anos. Depois do cafezinho e da broa de milho, o pastor foi direto ao assunto:
- E aí, meus irmãos? E aquele exemplar da Palavra de Deus que deixei de presente? Os irmãos têm feito a leitura?
- Sim senhor, seu pastor. E tiramos do livro o nome de cada um dos nossos oito filhos — disse o homem.
O missionário ficou muito satisfeito, e o casal começou a chamar as crianças: Josafá, Abirão, Elão, Patrusim, Hadorão, Sabá, Havilá. A cada nome chamado lá vinha um degrau da escadinha, até que sete se apresentaram.
- Mas eu pensei que o irmão tinha falado em oito filhos. Aqui só estão sete! - disse o pastor, contando as crianças.
- Desculpa, seu pastor, mas o Satanás é um incontrolado. Tá sempre perdido lá pelo meio do mato! - justificou-se o homem.
Aí está o perigo da leitura fora do contexto! Esta é apenas uma história engraçada, mas mostra o que acontece quando pessoas, mesmo as educadas, formam conceitos da leitura da Palavra de Deus, sem qualquer revelação do Espírito Santo.
Trabalhos são abertos, religiões são fundadas, convertem-se seguidores e, no final, a única coisa que a letra produz é a morte, e nada mais.
Não é verdade que os religiosos fariseus, que condenaram o Senhor à cruz, eram profundamente conhecedores da letra das Escrituras? Na África, vi falsas religiões, que levam o povo a adorar espíritos de ancestrais e a se casar com muitas mulheres. Espalham demônios, Aids, e ainda se chamam cristãs…

Por Marcelo Crivella/Fotos: Thinkstock
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