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ALERTA: Castigado pelo sol


Foto publicada em jornal científico chama a atenção para os efeitos nocivos da exposição exagerada e sem proteção

marilia.medrado@folhauniversal.com.br
Marília Medrado
A impressionante foto ao lado mostra, na pele de um caminhoneiro de 69 anos, as consequências da exposição ao sol. Os danos são visíveis. Atingido pela radiação ultravioleta (UVA) através da janela do veículo ao longo de 28 anos de estrada, o lado esquerdo do rosto do homem anônimo, cujo caso foi investigado por cientistas da Universidade de Northwestern, em Chicago (EUA), está muito mais envelhecido do que a outra metade da face. A diferença deixa claro o poder de envelhecimento precoce que o sol tem sobre a pele. O resultado do estudo foi publicado no respeitado jornal científico "New England Journal of Medicine".

O quadro apresentado pelo caminhoneiro é chamado de fotoenvelhecimento. "Este é o efeito que a radiação ultravioleta tem sobre a pele. Ela danifica as estruturas, provoca o enrugamento e os depósitos que podem ser vistos no lado esquerdo do rosto do homem", disse à Folha UniversalJennifer Gordon, médica envolvida na pesquisa. "O estudo não provou nada novo, mas lembra a todos que os raios UVA podem penetrar através das janelas e têm papel importante no processo de envelhecimento", completou. Além disso, a radiação UVA não é bloqueada pelas nuvens nos dias nublados, por isso, a proteção é indispensável sempre.

Os raios UVB, cuja incidência é maior durante o verão, são responsáveis pelas queimaduras solares e quadros de vermelhidão na pele. Já os raios UVA, que são constantes ao longo do ano, agem de forma mais profunda. "Ele promove a alteração do DNA celular da pele, o que pode causar o envelhecimento, lesões e a formação de neoplasias, isto é, do câncer de pele", disse o dermatologista Adriano Almeida. O estudo mostrou ainda que ambas as radiações são perigosas. "As duas podem levar ao desenvolvimento do câncer de pele", complementou Jennifer.

Ao homem de 69 anos, os pesquisadores recomendaram um monitoramento periódico para evitar a formação de uma possível neoplasia. "Nós conhecemos o paciente quando ele já tinha a aparência da foto. Se o tivéssemos conhecido antes, teríamos recomendado proteção solar", disse a cientista. Os cuidados para estar a salvo dos raios nocivos já são velhos conhecidos. "Use protetor solar a cada 2 horas, evite a exposição ao sol das 10h às 16h e use acessórios, como luvas, chapéus e bonés. A colocação de películas nos vidros dos veículos também ajuda a proteger do sol", aconselhou Almeida.

Produtos mais eficazes

No Brasil, os protetores solares para peles e lábios acabam de ganhar novas regras. O valor mínimo do Fator de Proteção Solar (FPS) aumentará de 2 para 6 e a proteção contra os raios UVA deve ser ao menos um terço do valor do FPS declarado. Uma metodologia específica foi definida para comprovar a eficácia dos produtos contra essa radiação, o que até então não estava estabelecido. Além disso, os níveis dos testes exigidos para provar a proteção contra os raios do sol também aumentaram.

As medidas, que passam a seguir os parâmetros do Mercosul, foram publicadas recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem ser vistas nas prateleiras de farmácias e supermercados em até 2 anos.

Os rótulos dos produtos também trazem mudanças. As embalagens devem orientar a necessidade de reaplicação dos produtos, mesmo aqueles que são mais resistentes à água. Além disso, estão proibidas as alegações de proteção "100%" contra a radiação UV ou de efeito bloqueador. As novas regras têm o objetivo de garantir a proteção da pele dos usuários.

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