Ouvi uma mensagem na igreja: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores." (Mateus 6.12)
Como posso perdoar alguém que me fez tanto mal? Acho que isso é injustiça! Não posso perdoar essa menina, eu a odeio.
Chegando em casa, observei a menina. Era tão carinhosa comigo e com minha tia... Afinal, ela não teve culpa por ter nascido. Meu coração estava mudando, mas será que eu queria perdoá-la? Bem, eu não sabia como fazer isso...
Hora do jantar. Como sempre, os três pratos colocados junto ao jogo americano vermelho. Os talheres bem posicionados e uma saborosa comida. A menina fez suco natural de limão; eu amo suco de limão com bastante gelo, muito gelo. E ela me serviu. Suco de limão com muitas pedras de gelo.
Pela primeira vez olhei para ela e disse:
– Por que me serviu? Eu não falo com você, nunca falei.
– Não precisa falar comigo, mamãe. Eu te amo sempre, te amo de graça, porque é minha mãe.
A comida parou em minha garganta. Saí da mesa e fui para meu quarto. Tranquei a porta, não queria falar com ninguém. Será tão difícil assim perdoar? Não sei o que fazer. Não sei como agir.
30ª de um total de 33 crônicas.
Continua na próxima edição.
A história é fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
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