Lembro-me de uma época em que dava aulas para o meu filho, que estudava em casa. Em uma das sessões – tormento para o meu filho –, notei que ele ficou enrolado com um dos problemas de matemática. Eu, como uma professora eficiente, mandava-o voltar e fazer o dever novamente. Mas ele persistia em retorná-lo errado.
Eu, então, tomei a atitude mais óbvia: falei para ele tornar aos livros anteriores, aprender o básico todo novamente para que ao menos entendesse de onde vinham os seus erros. Ele virou os olhos e falou entre os dentes: “Eu não sei por onde começar!” Eu tive de respirar fundo e dizer: “Não posso ajudar alguém que não quer ser ajudado.”
Nós cometemos esse erro com mais frequência do que imaginamos. Dizemos que queremos algo, mas, quando alguém nos põe à prova, fica evidente que não era exatamente o que queríamos.
Dizemos que queremos emagrecer, mas, se as pessoas nos seguissem 24 horas por dia, elas iriam descobrir que não queremos perder peso tanto assim. Dizemos que queremos aprender uma nova língua, mas não nos empenhamos para isso acontecer. Pensamos que queremos, mas, na verdade, não. Estamos apenas nos enganando por pensarmos que queremos o que é bom e importante para nós.
Que vergonha! Quando é que iremos querer algo de verdade? Quando é que nós iremos demonstrar o quanto queremos alguma coisa? Quando for tarde demais?
A minha caixa de e-mails está sempre cheia de mensagens pedindo por ajuda, e elas geralmente dizem a mesma coisa: “Eu quero mudar, mas não consigo”. Tenho vontade de responder: “Você pode, mas não quer”.
Na fé.
A minha caixa de e-mails está sempre cheia de mensagens pedindo por ajuda, e elas geralmente dizem a mesma coisa: “Eu quero mudar, mas não consigo”. Tenho vontade de responder: “Você pode, mas não quer”.
Na fé.
CRISTIANE CARDOSO
