Os efeitos de uma aliança com Deus são as bênçãos contínuas para todas as gerações de quem aceitou fazer um pacto com Ele
O que mais chama a atenção entre todas as bênçãos celestiais que recaem sobre o aliado de Deus é que ele passa a ter a autoridade de Deus aqui na Terra, tanto para abençoar quanto para amaldiçoar em nome dEle. E foi justamente isso o que aconteceu com os patriarcas, com os profetas, com os apóstolos e com todos os demais homens e mulheres que tinham uma aliança com Deus.
Vejamos, por exemplo, um fato que aconteceu com o próprio Noé, que, tendo bebido vinho em demasia, embriagou-se a ponto de ficar nu dentro da sua tenda. Cam, seu filho mais jovem e pai de Canaã, vendo a sua nudez, tomou logo uma atitude:
"...fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos. Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem.
Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo." Gênesis 9.21-27
Embora Noé estivesse errado em embriagar-se e ficar nu na sua tenda, ninguém tinha o direito de revelar a sua nudez, mesmo que este alguém fosse o seu próprio filho. O resultado dessa revelação imprópria levou a geração de Canaã, quarto e último filho de Cam, a ser amaldiçoada.
Noé revoltou-se não porque Cam lhe vira a nudez, mas porque contara aos seus irmãos, em vez de fazer o mesmo que eles fizeram, isto é, providenciar uma capa para cobrir-lhe a vergonha.
Se observarmos atentamente o desenrolar da história da Humanidade, vamos verificar que os que são de Deus estão sempre procurando ajudar os seus semelhantes com uma capa, enquanto os do diabo procuram não apenas tirar a capa dos seus semelhantes, mas também espalhar a vergonha deles pelo mundo afora.
O Senhor foi o primeiro a cobrir a vergonha de Adão e Eva com o sacrifício de um animal. Ele bem que poderia cobrir aquela nudez com folhas vegetais; porém, queria e quer nos mostrar que, para haver salvação dos que estão nus espiritualmente, é necessário o sacrifício. Aliás, foi isto exatamente o que o Senhor Jesus disse e fez com respeito à salvação eterna: "...eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo." João 12.47
De fato, Ele não condenou sequer uma pessoa; pelo contrário, por onde quer que fosse, os que O invocavam eram prontamente atendidos, quaisquer que fossem as suas necessidades. Sempre esteve pronto para tornar possível os impossíveis na vida das pessoas.
Creio que esse deve ser o espírito permanente em todos os seguidores d’Ele. Em vez de ficarmos gastando tempo e dinheiro discutindo e censurando os pecados do mundo, antes, devemos nos preocupar em gastar esse mesmo tempo, além de todo o dinheiro possível, tentando salvar as pessoas do inferno eterno, porque tudo aqui na Terra é efêmero, como nos mostra a Palavra de Deus: "Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente." (1 João 2.17). Aquele que despreza o amor de Deus, com certeza abraça o ódio de Satanás.
A maldição que Noé lançou sobre Cam, ou melhor dizendo, sobre o seu filho Canaã, realmente foi cumprida à risca, pois o povo de Israel tomou posse de toda a terra da qual o povo de Canaã era dono, mesmo a despeito de toda a força e valentia deste.
Um outro exemplo de maldição aconteceu por parte do profeta Eliseu:
"Então, subiu dali a Betel; e, indo ele pelo caminho, uns rapazinhos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo! Sobe, calvo! Virando-se ele para trás, viu-os e os amaldiçoou em nome do Senhor; então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois deles." 2 Reis 2.23,24
Aconteceu o mesmo com o apóstolo Paulo, quando esteve na ilha de Chipre:
"Havendo atravessado toda a ilha até Pafos, encontraram certo judeu, mágico, falso profeta, de nome Barjesus, o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, que era homem inteligente. Este, tendo chamado Barnabé e Saulo, diligenciava para ouvir a palavra de Deus.
Mas opunha-se-lhes Elimas, o mágico (porque assim se interpreta o seu nome), procurando afastar da fé o procônsul. Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse:
Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?
Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão. Então, o procônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor." Atos 13.6-12
De outra feita, temos um outro tipo de experiência de Paulo: "Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar.
Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava." Atos 14.8-10
Esses fatos aconteceram com homens que estavam em aliança com Deus; homens que possuíam autoridade de Deus para executar tanto as bênçãos como as maldições. O mesmo poder que um aliado com Deus tem para construir, também tem para destruir. Ai daquele que ousa tocar nos ungidos do Senhor!
O que mais se evidencia como consequência de uma aliança com Deus é que o beneficiado recebe permissão divina para manifestar-se no mundo com o poder e a autoridade de Deus. Daí a razão por que o Senhor Jesus disse:
"Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai." João 14.12
Depois da aliança com Noé, Deus nunca mais destruiu a Terra, ainda que motivos não faltassem. Vieram os descendentes de Noé e encheram a Terra de toda ignomínia, inclusive no caso da Torre de Babel, e também de Sodoma e Gomorra, quando houve destruição local; porém, jamais a Terra teve o mesmo destino, como no caso do dilúvio, porque Deus manteve a Sua palavra na aliança com Noé.
Trecho do livro "Aliança com Deus", do bispo Edir Macedo / Foto: Thinkstock
redacao@arcauniversal.com
redacao@arcauniversal.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário