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Deus nunca falha


A história de José Augusto da Silva, o "Baixinho"







Entre as ruas estreitas da Brasilândia, bairro na zona norte de São Paulo, o porteiro José Augusto da Silva fechou seus olhos. José Augusto, o "Baixinho", como é conhecido no bairro onde mora, tinha 48 anos de idade quando seu corpo foi queimado por uma descarga elétrica de mais de 7 mil volts, no dia 25 de setembro de 2013.

A Rua Agenor Alves Meira é longa e esconde trechos estreitos e perigosos. Neles, dezenas de metros de fios elétricos aproximam-se perigosamente uns dos outros, colocando em risco a vida de quem precisa construir, reformar ou apenas consertar algo perto dos postes.

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"Baixinho", porteiro há mais de 20 anos, dispôs-se a ajudar um amigo. Homem vivido, montou o andaime e trabalhava em paz naquela tarde. Tudo aconteceu em uma velocidade de impressionar qualquer roteirista de telenovela. Em um momento, o protagonista estava lá em cima, trabalhando de olhos bem abertos e, no instante seguinte, jazia caído na rua sem poder ver mais nada.

Foi Valderês do Amparo Farias, morador da casa onde o andaime bloqueava a entrada, quem pediu para mover "um pouco mais pra lá", a fim de que seu carro pudesse entrar na garagem. Eles e mais um colega empurraram o andaime e, ao esbarrar o metal em uma das perigosas armadilhas formadas por cabos elétricos, foram surpreendidos pelo jorro de milhares de volts.

Uma corrente elétrica, quando entra no corpo humano, encontra um potente condutor. Formado em sua maior parte por água e sal, o organismo é ótimo para transportar energia elétrica. Sete mil volts de descarga elétrica são mais do que um homem pode aguentar. Além da dor, os músculos do pulmão se contraem, deficitando o sistema respiratório. O coração, que também funciona por meio de um sistema elétrico natural do organismo, é sobrecarregado e sofre arritmia. O corpo humano funciona como uma resistência de chuveiro, e com a sobrecarga elétrica produz mais calor do que o suportável, originando queimaduras. Largar o condutor talvez resolvesse, mas o descontrole muscular impede a soltura dos fios.

Dois homens morreram.

"Porque pela graça sois salvos"

Em pouco tempo, o helicóptero Águia da Polícia Militar levava o terceiro vitimado até o Hospital das Clínicas. Tão estreitas são as ruas dali, que as equipes de resgate tiveram dificuldade de chegar ao local. Largaram as ambulâncias, foram de moto. Mesmo com todo o esforço, chegaram tarde demais para dois terços dos envolvidos no acidente. O outro foi socorrido e, em estado grave.

"Baixinho", frequentador da Universal com sua família há mais de 20 anos, estava participando do "Jejum de Daniel" quando o acidente aconteceu, e Deus sabia disso. Após ler e ouvir a Bíblia inúmeras vezes, ele conhecia as linhas de Paulo: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus." (Efésios 2.8) Nem ele abandonou a fé, nem Deus o abandonou.

Salvo pela fé, “Baixinho” permaneceu por 3 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas. Teve alta 5 dias após ser internado e levou mais 17 dias para se recuperar das profundas queimaduras no pé, ombro e braço.

Depois do acidente, ficou mais sereno, tranquilo, ainda mais atencioso com sua família. Logo voltará a trabalhar com a tranquilidade que hoje lhe é companheira. E com Deus, que nunca falha.

Por Andre Batista / Imagens: Cedidas

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