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Vivendo na solidão



As pessoas que, mesmo cercadas, vivem isoladas


Por Andre Batista / Imagens: Thinkstock e Arquivo Pessoalaabatista@universal.org.br



Quantas vezes você já se viu rodeado por pessoas e sentiu-se completamente sozinho, perdido, sem ter para onde ir? O ser humano passa quase a vida inteira rodeado por dezenas de pessoas. Entretanto, enquanto para alguns isso é sinônimo de companheirismo, para outros essa cerca-viva traz nada mais do que insegurança, medo e estresse.

Para o criador da Teoria da Rede Social Nicholas Christakis, as pessoas vivem em ilhas sociais e se agrupam de acordo com seu modo de viver. Assim, alguém feliz é atraído por pessoas felizes, enquanto pessoas tristes tendem a conviver com quem tem sentimentos semelhantes. Uma pessoa solitária, neste caso, é atraída por outras pessoas solitárias. Isso seria bom, se o sentimento não fosse contagioso.

Todas as pessoas são capazes de transmitir aos outros seus próprios sentimentos. Dessa forma, o solitário que se une ao solitário não elimina a solidão, mas a multiplica. Consequentemente, mesmo cercada por grupos, quem sofre com o isolamento social tende a se viver cada vez mais isolado.

Sozinha e mal acompanhada

A sensação de impotência que a mato-grossense Jaqueline Brunet sentia dentro de si foi maior do que ela poderia aguentar. Ainda jovem, passou a acreditar que não possuía um lugar no mundo. Viu-se deslocada e sem função útil.

Era como se fosse uma pessoa invisível. Se nem ela mesma era capaz de enxergar sua importância, quem poderia? Aos poucos foi então se afastando do resto do mundo e, quando percebeu, não era mais uma pessoa. Jaqueline se transformou em parte de sua cama, uma peça que longe dos estrados e do colchão não fazia sentido.

Ninguém que vive assim pode se sentir feliz. O ser humano, em sua essência, é um ser social. Ele precisa ter relações com outros seres humanos em diversos níveis para se sentir feliz. Christakis conseguiu comprovar através de seus estudos que as pessoas que têm relações mais bem estruturadas com a sociedade possuem também melhores saúdes física e mental.

No estado em que Jaqueline se encontrava, a tristeza era o único sentimento que poderia surgir. Tudo nela, porém, era avassalador. Todas as pessoas, às vezes, sentem-se inúteis. Quando ela passou por isso, porém, o sentimento foi forte demais e a paralisou. Da mesma maneira, a tristeza que se apossou dela era horripilante.

Quando não estava dormindo, Jaqueline estava passando mal. Não tinha forças para estudar, sentia-se com náuseas constantes e as lágrimas lhe vinham ao rosto a qualquer momento, sem prévio aviso. Toda sensação um pouco mais forte arrancava soluços e choro.

Foi nessa época que Jaqueline conheceu diversas sensações insuportáveis: incerteza, angústia, dor, desânimo, sofrimento... A vida era tão ruim que ela desenvolveu a síndrome do pânico, um transtorno de ansiedade caracterizado por medo indomável. Pouco depois, passou a sofrer também com princípio de anorexia. Deprimida, não queria comer, e com a fraqueza consequente, não via um modo de se recuperar. Foi ficando cada vez mais deprimida e mais sozinha.

Prejuízos a curto, médio e longo prazo


Em um estudo intitulado “Solidão, isolamento social, e indicadores de saúde comportamentais e biológicos em adultos mais velhos”, doutores da American Psychological Association defendem que a solidão é real risco para o surgimento de várias doenças, podendo ser mais prejudicial à saúde do que a obesidade e o cigarro.

As substâncias liberadas pelo organismo quando se está triste ou estressado, como o cortisol, podem intoxicar o indivíduo. O sentimento de viver só mantém a pessoa em alerta contínuo, o que aumenta a pressão sanguínea e desenvolve doenças cardiovasculares.

A falta de exposição ao mundo também prejudica o sistema imunológico, pois ele não se vê incentivado a trabalhar.

O estresse pode acarretar vícios e tudo isso junto, definitivamente, pode matar.

Cada pessoa tem um perfil psicológico e físico e, obviamente, o prejuízo à saúde que a solidão causa é variável. Entretanto, quando a pessoa se encontra em um isolamento não desejado, precisa agir rapidamente.

Vencendo o isolamento social

Para se recuperar, Jaqueline precisava entender quem ela era individualmente e criar laços verdadeiros com as pessoas ao seu redor. Isso, entretanto, não é tão fácil.

A pessoa que se percebe isolada precisa procurar ajuda, mas não vê quem possa fazer isso. Nessa etapa da vida, a família é fundamental. Mas a fé de que a situação vai ser revertida é imprescindível. É ela quem vai dar o suporte inicial e ajudar, passo a passo, no enfrentamento desse mal.

Jaqueline foi levada pela família até uma Universal, em Cuiabá. Encontrou nas reuniões dominicais o que precisava para se recuperar. Com palavras direcionadas especialmente para ela, foi percebendo que era possível a recuperação. Sentiu-se segura e, com o tempo, mais leve.

“Quando comecei a participar, Deus foi me limpando, mepurificando”, garante ela.

“A reunião de concentração de fé e milagres representa o fortalecimento, um alimento pra poder vencer todos os dias.”

Assim, dia a dia, a vontade de viver voltou à Jaqueline. Esse bem-estar impulsionou sua recuperação e a fez ultrapassar a linha do isolamento.

“Eu fiquei livre daquele isolamento e hojeestou completamente diferente. Tenho vida com Deus, alegria, segurançae certeza da vitória todos os dias!”

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