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Você já parou para pensar até onde a vaidade pode lhe levar?


Conheça o homem que construiu sua morte com as próprias mãos




Por Andre Batista (*)/ Imagens: Thinkstock

Hamã começou a reinar sobre o reino de Assuero depois que o rei se casou pela segunda vez. A lealdade e a inteligência do homem se destacaram sobre todos os príncipes que com ele aconselhavam o rei e o fizeram prosperar.

Assuero pôs Hamã sobre todo o seu reino, mas isso não era o bastante para satisfazer a vaidade do conselheiro. Julgando-se melhor do que qualquer outro, ele queria que todos soubessem de seu poder e, por isso, obrigava o povo a se ajoelhar cada vez que passava.

Havia entre os moradores daquele reino, porém, um judeu chamado Mordecai, que negava se ajoelhar diante de um homem, pois apenas a seu Deus devia tamanho respeito. E os servos de Hamã fizeram isso chegar aos ouvidos dele.

Ora, Hamã, além de vaidoso, era vingativo. Para ele não bastaria punir Mordecai, seria necessário que todas as pessoas de sua raça fossem castigadas. Foi ter então com o rei, que tanto nele confiava.

“Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo”, afirmou ele. “Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei.”

Assuero era poderoso, sim. E muito rigoroso com tudo que dizia respeito ao seu modo de governar. Portanto, quando dava a alguém o direito de estar sobre todo o reino, respeitava realmente a opinião dessa pessoa.

O rei tirou de sua mão o seu anel e o deu a Hamã. Disse-lhe para que fizesse tudo aquilo quanto julgasse necessário, e o conselheiro, embevecido pela sede de vingança, fez conforme havia planejado.

Cada sátrapa, governador e príncipe soube da data marcada para que se aniquilasse cada judeu do reino. Seria permitido que lhe saqueassem os bens, mas não que se deixasse um homem sequer daquela raça viver.

Em uma daquelas noites, em que a ira de Hamã estava acesa, foi ter com o rei para pedir o enforcamento de Mordecai na forca que ele mesmo construíra. Assuero, entretanto, havia se recordado de quando o mesmo Mordecai o salvara de traição e resolvera lhe honrar.

Com vestes e coroa real, no cavalo em que o rei costumava montar, Assuero fez Mordecai desfilar pela cidade, tendo o auxílio do inconformado Hamã. Angustiado, o conselheiro compareceu ao banquete oferecido pela rainha e ouviu, da boca dela, sua sentença de morte:

“Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, e, pelo meu desejo, a vida do meu povo. Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que eu moleste o rei.”

“Quem é esse e onde está esse cujo coração o instigou a fazer assim?” Perguntou-lhe o rei, que tanto a amava.

“O adversário e inimigo é este mau Hamã.”

Hamã não se lembrava da origem da rainha e tampouco do sentimento que ela despertava no rei. Por isso, quando viu Assuero sair da mesa perturbado, implorou à rainha Ester por sua vida. Isso, porém, só fez com que o rei mais revoltado ficasse.

Hamã foi morto naquele mesmo dia, vítima de sua vaidade. A recompensa que recebeu por seus serviços não o tornou grato, mas sim mais ambicioso. Por não compreender alguém que discordava de seu poder, recorreu à violência e quis se vingar de um povo inteiro. Como consequência, perdeu a vida na forca que ele mesmo construiu.

(*) Livro Ester

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