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A existência da Babilônia

Embora presente nos textos bíblicos, alguns estudiosos já alegaram que o famoso império e sua imponente capital não passavam de lendas



 




"E aconteceu, que no ano nono do seu reinado, no décimo mês, no décimo dia do mês, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela, e levantaram contra ela trincheiras       ao redor."
(Jeremias 52:4)



Segundo os relatos bíblicos, por volta de 606 (antes de Cristo (a.C.), o Império Babilônico estendia seu poderio por grande parte do mundo então conhecido. Seu rei, o famoso Nabucodonosor, subjugou o povo hebreu por muitos anos. Vários dos descendentes de Abraão eram mantidos em cativeiro, a exemplo do jovem e sábio Daniel.
A Babilônia da Bíblia é descrita como uma metrópole para os padrões da época, com imponência arquitetônica e uma organização urbanística sem igual, a ponto de seus famosos jardins suspensos serem considerados uma das Sete Maravilhas do mundo antigo.
Protegida por altíssimas muralhas e portões gigantes, era envolta por um fundo fosso, considerada uma colossal fortaleza impenetrável. Sob os muros, passava o rio Eufrates (um dos que banham o atual Iraque), que fertilizava suas margens, cortando a cidade na diagonal.
A Babilônia derivou do reino fundado por Nimrode, um bisneto de Noé. Na sequência, Nabopolassar (626-605 a.C.) fundou o Império Caldeu, ou Neo-babilônico. A Idade de Ouro do império se deu durante o reinado de seu descendente Nabucodonosor, até a queda em 539 a.C., conquistada pelos medo-persas.
Nabucodonosor (na ilustração acima) era tido por ele mesmo quase como uma divindade. Sempre alegava ter “criado” a poderosa Babilônia com suas próprias mãos, para sua própria glória. Foi chamado à humildade pelo jovem Daniel, ao qual infligiu vários sofrimentos, mas ouvia com respeito. Há quem defenda, sem bases sólidas, que a presença de Nabucodonosor e da Babilônia na passagem bíblica era uma alegoria em crítica ao monarca Antíoco IV, governante sírio que perseguia os judeus no século 2 a.C.
Verdade ou lenda?
Segundo o aqueólogo brasileiro Rodrigo Silva, dirigente do Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork, em Engenheiro Coelho, interior de São Paulo, alguns céticos da época do Racionalismo e do iluminismo alemão, no século 18, levantaram dúvidas quanto à existência da imponente Babilônia, mesmo ela tendo sido citada por historiadores extrabíblicos, como o ilustre grego Heródoto. Alegavam que, pelo fato de a cidade nunca ter sido descoberta, a Bíblia não era verdadeira em algumas de suas passagens. Mais de 100 anos depois, em 1898, o arqueólogo e arquiteto alemão Robert Koldewey achou-a sob a colina de Hillah, no atual Iraque.
Em 1930, C.C. Torrey, um conceituado professor da importante universidade de Yale, nos Estados Unidos, negou o cerco de Nabucodonosor a Jerusalém e o próprio cativeiro dos hebreus. Oito anos depois, foi encontrada a cidade de Laquis, entre Hebrom eAscalão, em Israel, com evidências dos ataques babilônicos citados em Jeremias 34, placas cerâmicas com relatos de militares da época, os relatórios das batalhas.
Nos porões do Museu Britânico, em Londres, foram encontrados tabletes com escrita cuneiforme que estavam guardados desde o fim do século 19. Em 1956, foram traduzidos e revelaram mais detalhes do cerco. Segundo Rodrigo Silva, em seu livro “Escavando a Verdade”, a peleja de Nabucodonosor com os hebreus foi realizada com três grandes ataques a Jerusalém. Nos dois primeiros, somente tomou cativos muitos de seus habitantes. Destruiu a cidade no terceiro. Tudo isso está descrito nas placas encontradas. O arqueólogo bíblico considera que Daniel e seus companheiros Ananias, Misael e Azarias (lá redesignados com os nomes babilônicos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego) tenham sido levados para a Babilônia como cativos no primeiro ataque. E no livro do profeta nas Escrituras estão descritos vários detalhes do cerco. Vários achados arqueológicos confirmam os relatos do profeta temente a Deus, que em seu cativeiro foi até mesmo jogado aos leões, saindo ileso.
Em várias escavações foram achados tijolos de edifícios públicos com inscrições que glorificavam Nabucodonosor. Um deles (foto acima), achado no sítio da própria Babilônia, está no Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork. Dele foi traduzido o seguinte trecho:
“Eu sou Nabucodonosor, rei de Babilônia, provedor dos templos de Esaguila e Ezida, o filho primogênito de Nabopolassar, rei de Babilônia.”
O artefato está exposto aos visitantes.
Por Marcelo Cypriano
marcelo.cypriano@arcauniversal.com


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