De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente, cerca de 16 milhões de adolescentes engravidam antes dos 18 anos e quase a totalidade dos casos trata-se de uma gravidez indesejada ou inesperada. Segundo especialistas, além dos problemas gestacionais, a gravidez em fase precoce acarreta ainda problemas emocionais, sociais e econômicos na vida da adolescente.
Para Patrícia Barboza, conselheira comportamental, a conscientização sobre as consequências de uma gravidez indesejada é dever dos pais, que devem esclarecer sobre as implicações de uma vida sexual ativa sem a estabilidade do matrimônio. Para as adolescentes grávidas, a conselheira ensina que os pais devem agir de maneira racional. “Eles precisam encontrar nos pais exatamente o que mais necessitam neste momento, que é a estabilidade. Mas esse apoio deve ter limites ou o efeito será destrutivo. Jamais apoiar o erro, e sim deixar bem claro que, seja qual for a decisão tomada quanto ao futuro, ele deverá assumir as consequências”, afirma.
Pais que fogem das responsabilidades e até preferem evitar conflitos, criam um relacionamento distante e imparcial com os filhos, explica Patrícia. “Conhecê-los e ter uma visão realista de suas vidas são maneiras de ajudá-los a evitar erros, que causam más consequências no futuro. Participar do mundo deles, interessar-se por quem são, ouvir suas opiniões e integrá-los à sua vida são excelentes modos de começar”, ensina.
No caso dos rapazes, Patrícia ensina que a comunicação deve ser praticada em casa, uma vez que os adolescentes são sempre bastante curiosos. “Há pais que evitam falar sobre sexo, mas hoje em dia, com um leque de informação tão amplo, eles são bombardeados pelo tema ainda bem jovens. O mais inteligente é introduzir o assunto de acordo com a maturidade que eles demonstrem ter, para que os rapazes não aprendam conceitos errados do tipo ‘menino tem que ficar com todas’. Se existe uma orientação devida, ele entenderá melhor seu corpo e saberá controlar seus impulsos”, esclarece.
Dicas de como agir
• Deixe claro que não a rejeita, mas que não está de acordo com o ato irresponsável da gravidez prematura e inconsequente;
• Ofereça apoio inicial, mas sempre com limites claros, conscientizando-a de que ela é quem assumirá o papel de mãe;
• Tenha diálogos francos e direcionados aos planos para o futuro. Nunca use o passado como arma de acusação ou chantagem;
• Oriente, direcione e motive a jovem a não abandonar seus sonhos e esclareça que dela agora depende outra vida – econômica, emocional e moralmente;
• Não passe dos limites e respeite o fato de que mãe e filha agora representam uma nova família e necessitam de privacidade.
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